Há dias, ao atravessar o pátio da secundária de Rio Maior, cruzei-me com dois gabiruzinhos, daqueles "com pinta". Calças da moda bem abaixo das nalgas, aquele rosto fechado que muitas vezes têm, simultaneamente sofredor e dono do mundo (não sei como conseguem fazê-lo!!), postura de emo, cabelinhos de corte pós-moderno, demi-negligé, que nos meus tempos de meninice chamávamos o "cabelo à fo**-**". Estão a ver, não é?
Cada um deles trazia um daqueles aparelhómetros que não sei bem se são um telemóvel, uma PSP ou um leitor de mp3 ou 4 (provavelmente será tudo isso e mais)numa mão e um snack qualquer na outra.
A embalagem, em ambos os casos, atirada para o chão, bem nas minhas venerandas barbas, e com o caixote de lixo a menos de dois metros.
De pronto, sai-me a lição de moral a que a minha provecta idade e a minha deformação profissional me obrigam. E na cara deles lia-se com todas as letras "mas o que é que este palhaço quer?!" No meio disto fiquei a sentir-me pior do que eles.
Tudo isto, meus amigos, para dizer o quê?
Bom, chamem-me quadradão e ultrapassado, mau feitio e vinagreiro mas perante coisas deste género e piores, que vemos e ouvimos falar e sabemos existirem todos os dias, tenho mesmo que me perguntar: Falamos tanto da necessidade de deixar 'um planeta melhor para os nossos filhos'
mas... Diabos me levem!! E quanto à urgência de deixarmos filhos melhores para o nosso planeta, hein?! Que tal pensar nisso?!?!
Minimamente educados, compassivos, responsáveis, compreensivos, humildes... ciosos dos seus direitos como são e, não obstante, com o sentido de dever que lhes falta em absoluto??
No fundo, e que tal exigir-lhes um pouquinho de humanidade??
Eu sei bem que a natureza é um ciclo que se abre e fecha, mas nunca esperei que o regresso ao homem das cavernas se desse no meu tempo de vida, caramba!!
sábado, 28 de novembro de 2009
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