segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Dado que já recebi comentários de colegas que ficaram algo chocadas com a minha aparente falta de entusiasmo pelas novas tecnologias, talvez deva aproveitar para um pequeno esclarecimento...

Contrariamente ao que quem me leu até agora já deve julgar, eu não sou um conservador empedernido, nem um defensor dos métodos "do antigamente". Nada disso. ~

O que acontece é que fundamentalismos e exageros de qualquer espécie sempre me causaram uma certa urticária, pelo que resisto a esta ideia generalizada de que as novas tecnologias nos salvarão da barbárie e da indegência intelectual, e de que o facto de haver um Magalhães em cada casa fará das nossas crianças melhores alunos.
Lamento, senhoras e senhores, mas isso não acontecerá, até porque como todos sabemos não faltam por aí já Magalhães à venda na Feira do Relógio...

Essencial mesmo é modificar as atitudes de todos - alunos, pais, professores, Executivos, Ministério - perante a aprendizagem. Há que tomar consciência de que nem sempre pode ser lúdica e divertida e assumir que por vezes até pode ser difícil, aborrecida e trabalhosa. Sim, aprender DÁ TRABALHO!!!

Quando, finalmente, conseguirmos convencer todos os agentes que aprender é importante e que exige trabalho e concentração... aí sim teremos resultados, independentemente de recorrermos a livros, blogues ou às lousas da bisavó.

Os blogues são uma ferramenta muito mais poderosa que a lousa? Evidente.
Mas não muda o essencial.
Quer escreva numa lousa ou num écran de computador, o aluno tem que estar disposto a aprender.

1 comentário:

  1. Oooops! Agora é que fiquei chocada! Saber que há "Magalhães" à venda na Feira do Relógio... Tenho vindo a considerar a hipótese de mudar de apelido e, agora, mais que nunca! LOL

    Não o considero um conservador empedernido e concordo, em absoluto, com a sua convicção de que a condição primeira para a aprendizagem reside na vontade de aprender. Parece-me por demais evidente que a Escola poderá ter (e é desejável que tenha) uma vertente lúdica, mas "entreter" meninos não é, nem de perto nem de longe, a sua função primordial.
    Contudo, penso que a utilização das novas tecnologias no processo ensino/aprendizagem faz parte do evoluir dos tempos e dos recursos disponíveis, tal como a "lousa da avó" constituiu uma inovação significativa relativamente a processos e materiais anteriores.
    Não sei se há, por aqui, "fundamentalistas" das novas tecnologias. Pela parte que me toca, os velhos "giz e quadro" continuam a (bem) desempenhar as suas funções. No entanto, penso que podemos e devemos "dosear" os recursos de que dispomos. Concorda?

    Um abraço
    Ana Magalhães
    (Já percebeu por que motivo estou a pensar mudar de apelido? "Computador com pernas" não é uma alcunha que me agrade!!!!)

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